Nessa manhã não há exigência ou urgência que tire a dedicada atenção dada pro nada. Tem sol lá fora e olhando pela janela, assisto a tudo sem compromisso, vendo em cada quadro que se faz, um filme cada vez mais bonito.
Tem horas que a gente se pega longe. Penso em nada, me transfiro pra outro mundo. Penso em tudo, desde a comida da janta até as promessas de um lindo futuro. Tento relembrar daquelas fotos velhas, mas pensando melhor, não vou mexer nessas feridas que não cicatrizaram e ainda estão abertas.
Estabeleço meu padrão de estética, mudo toda a métrica. Acendo uma estrela no céu pra vida ficar mais poética. Te dou em dois segundos um mundo inteiro, mas codifico ele antes, em um segundo e meio.
Pelo retrovisor, não vejo mais tanto amor. Um retrato sem alma que por ação do tempo desbotou. Talvez não seja o ângulo certo, talvez o certo seja parar de supor. A flor que tinha tantas cores murchou, deixando além das pétalas num tom cinza, meio azulado, um gosto estranho na boca, um pouco doce, um pouco amargo.
Nem de perto se sente aquele habitual calor. Nada mais se faz, nada mais se constrói, nada mais consola e nem mais os analgésicos já bastam para aliviar a dor. Quem não sabe o que faz, sofre muito mais quando descobre que aquilo que se deixou pra trás, era justo o que te traria harmonia e paz.
É quando o peito aperta e o olho lacrimeja. Transforma em indefinido o que antes parecia tão certo. Me traz pra realidade de novo, onde o sol, inflado por seu ego, já não brilha mais tão forte e nem eu posso contar com a tanta mesma sorte. Quanto mais eu vou pagar por não seguir uma recomendação? Todos disseram para eu usar a cabeça, mas achei melhor seguir a intuição. Eu preferi usar meu coração.
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3 comentários:
"Te dou em dois segundos um mundo inteiro, mas codifico ele antes, em um segundo e meio."
SEMPRE ÓTIMAS PALAVRAS MEU CARO...=)
Beijokas
Meu escritor mais sensível!
Amo te...
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