É bem quando os dias ficam meio nublados que me vem denovo aquela mesma vontade de ir pra lua, igualzinha a que eu tenho desde criança. Lá, não sou amigo do rei, como Manuel é em Pasárgada... acho que nem rei por aquelas bandas tem. Talvez seja por isso que eu sisme em tanto gostar de lá: lá não tem rei, não tem chefe, nem trânsito, nem multidão. Sou só eu e o tempo, e este, de sobra e só pra mim.
Não, não. Não fujo de problema. Nunca fui, não sou e espero nunca ser de fazer dessas coisas, mas as vezes o melhor é evitar a confusão, seja aquela rotineira ou a de efeitos mais catastróficos. Falta de coragem? Não também. Estratégia! Estratégia e uma auto-permissão para descansar. Descansar até cansar.
Coisa simples: saio do trabalho, passo em casa pra jogar umas três ou quatro mudas de roupa na mochila, entro na minha nave e me mando pro tal do satélite natural. Fico lá por uns tempos. Um lugar pra deitar e contar estrelas, meteoros e ver outros planetas. É tudo o que eu preciso. Dá até pra enxergar os seres que os habitam, tão pequeninos. Analiso suas atitudes: Se acham tão inteligentes, mas tomam decisões ilógicas; se acham tão bons, mas brigam por coisas fúteis; se acham tão especiais, mas não enxergam beleza nas coisas simples. Caio na risada sozinho. Se eles fossem como os terráqueos...
Quando enjoo de tanta areia (ou seriam buracos feitos de queijo?), volto, e uma pessoa bem melhor. Daí então, consigo sorrir sinceramente, ser menos indiferente, brincar infantilmente, viver plenamente, amar incondicionalmente. Sempre volto. Não seria uma boa coisa me mudar, fazer de lá um lar permanente. Vou, justo pra poder voltar e contar o segredo: se hoje o dia tá nublado, amanhã o sol torna a brilhar. Assim como eu, ele sempre volta.
sábado, 10 de abril de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)